SEM EIRA NEM BEIRA
33
No mesmo instante, se cumpriu a palavra sobre Nabucodonosor; e foi expulso de
entre os homens e passou a comer erva como os bois, o seu corpo foi molhado do
orvalho do céu, até que lhe cresceram os cabelos como as penas da águia, e as
suas unhas, como as das aves.
Livro
do Profeta Daniel, cap. 4:33.
Rei
Nabucodonosor.
Obra
de William Blake (1757 – 1827).
Poeta
e pintor britânico.
É
suicídio
Levantar
o vidro do carro
E
olhar com escárnio
Para
os necessitados;
Os
pobres coitados
Sem
eira nem beira,
Porque
a tarefa primeira
De
quem geralmente tem
É
aumentar o seu vintém
E
olhar com desdém
Para
os que estão
À
margem do seu caminho;
Mas
Santo Agostinho
Diz
claramente:
“Que
o supérfluo dos ricos
É
propriedade dos pobres”.
“E há uma Careta de Ódio
E há uma Careta de Desdém
E há uma Careta de Caretas
Que te esforças em vão pra esquecê-la bem.”
William Blake (1757 – 1827).
Ninguém
pode ser esnobe
Porque
também é pobre,
Pois
o bem que pensa ter
Não
atravessa a fronteira
Da
Pátria Verdadeira.
“A águia nunca perde tanto
tempo como quando se submete a aprender com o corvo.”
William Blake (1757 – 1827).
Caso
não tenha ajudado alguém
Será
como um João Ninguém:
Nu,
faminto e sem lar,
Pois
do lado de lá
O
Dinheiro não circula.
“Mostro a todos vós o mundo
pleno de vida, onde toda partícula de pó exala o alento de sua alegria.”
William Blake (1757 – 1827).
Ficará
qual Nabucodonosor
Comendo
erva do campo
Sem
encontrar um canto
Onde
reclinar a cabeça,
Porque
fez desfeita
Dos
bens que recebeu
Não
dividindo com o irmão seu.
“Se as portas da percepção
estivessem limpas, tudo apareceria para o homem tal como é: infinito.”
William Blake (1757 – 1827).
Poeta e pintor britânico.
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